quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Bolsas de Estudos

O critério de distribuição de Bolsas de Estudo adotado pelo governo passado foi denunciado nesta quinta-feira (22) pelo secretário de Governo, Roberto Henriques. Ele encontrou uma farta documentação no prédio onde funcionava o Programa de Bolsa de Estudo de Campos (Pró Campos), em que o critério de maior peso era a indicação do benefício feita por membros da gestão passada, políticos e cabos eleitorais. Alguns pedidos saíram da “Casa Azul”, Organização não Governamental (Ong) dirigida por Cristina Mocaiber, ex-primeira-dama do município.
Um dos beneficiados era um estudante de Arquitetura cuja renda familiar passava de R$ 8 mil, em que o valor da bolsa, de R$ 396, superava o valor da mensalidade, de R$ 282, uma diferença de R$ 114. “Beneficiamento é uma coisa imoral, injusta. Um grande absurdo”, classificou o secretário de Governo. A afirmação dele também se deve ao fato de parentes de integrantes do governo passado terem ganho as bolsas, na maioria dos casos, em até 80% do valor da mensalidade, até com duplicidade de nomes. “Não verificavam sequer a renda familiar”, emendou Henriques.
Segundo Henriques, os documentos expõem que tanto membros da gestão passada, quanto políticos ou cabos eleitorais, usavam o mesmo critério para garantir o acesso à bolsa de estudo de seus indicados: colocavam seus próprios nomes na parte superior da ficha de cadastro ou simplesmente grampeavam um bilhete, e assim estava garantido o benefício. O secretário preferiu não divulgar nomes de parentes de autoridades municipais que ganharam as bolsas, inclusive do ex-prefeito. “Sobre o jovem repousa a presunção da inocência. Então, vamos resguardar o nome desses jovens, parentes de autoridade”, pontuou Henriques.
Além disso, os dados dos computadores do Pró Campos foram apagados dos discos rígidos dificultando o acesso a mais dados. “Toda e qualquer documentação pública, deve permanecer pelo menos cinco anos a disposição da sociedade”, observou o secretário.
Técnicos do Centro de Informações e Dados de Campos (Cidac) vão periciar as máquinas. De acordo com Henriques, todo o material encontrado será encaminhado à secretaria de Educação para ser levantado o valor total das bolsas, auditado, e em seguida feito um relatório e entregue a Procuradoria Geral do Município.

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